Sete Exterminadores de Dívidas

Hoje, nestes tempos incertos em que nossas contas de energia elétrica estão constantemente aumentando, os preços dos alimentos disparando e o custo de vida parece estar fora de controle, muitos estão, mais do que nunca, preocupados com suas dívidas. Cada vez mais pessoas estão usando seus cartões de crédito para pagar alimentos e necessidades básicas. Uma pesquisa feita no Reino Unido em abril de 2023 mostrou que 700 mil famílias não puderam pagar o aluguel, a prestação da casa e os serviços públicos por causa do aumento do custo de vida e porque sua renda não tem acompanhado a inflação.

Alguns anos atrás, experimentamos, em nível pessoal, o trauma emocional e psicológico causado pela dívida, uma vez que os bancos não paravam de ligar, mesmo no sábado! Eles ficavam atrás de nós para falar sobre o próximo pagamento, embora já tivéssemos concordado quanto ao valor e a data em que os pagamentos seriam feitos.

As empresas de cartão de crédito, que ficam radiantes quando você paga o valor mínimo da fatura, sabem muito bem que os juros que você paga corresponde mais ou menos ao pagamento mínimo que você fez, o que significa que, na verdade, você está pagando menos de cinco porcento da sua dívida. Qual é a saída para esse ciclo?

  1. Não enterre a cabeça na areia

A coisa mais importante a ser lembrada quando você se encontra em dificuldade financeira é não assumir um estado de negação. Geralmente, quando as pessoas definem sua dívida, muitas vezes cometem o erro de deixar fora as prestações. Mas a realidade é que qualquer coisa que você comprou e ainda não quitou é uma dívida. Exemplos disso podem incluir o financiamento da casa, do carro, contas de cartões de crédito, de cartões de lojas, cheques predatados e assim por diante. Não estamos dizendo que toda dívida seja ruim, pois existem dívidas boas e dívidas ruins. Depende muito de como elas são administradas e da finalidade do empréstimo. Como em tudo na vida, é preciso utilizar o bom senso, assim como é necessário saber como você vai pagar suas contas.

O primeiro passo para administrar suas dívidas é fazer uma lista de todos os valores que você deve e as datas de vencimento de cada pagamento. Faça um orçamento que lhe permita organizar as suas despesas mensais e, a partir disso, você poderá decidir o que é prioritário, comparar com o que é apenas um luxo, e fazer os ajustes adequados. Você precisará identificar aquilo que é necessidade (por exemplo, alimentação, custos de moradia) e o que é desejo (por exemplo, carro novo, roupas da moda). Lembre-se das palavras de Provérbios 24:3: "Com a sabedoria se constrói a casa, e com a inteligência ela se firma”.

  1. Faça um plano de pagamentos

Para desenvolver uma estratégia de pagamento, você precisa ter uma compreensão clara tanto da sua receita como das suas despesas. O objetivo deve ser gastar menos do que você ganha. Em primeiro lugar, veja se você tem coisas que possa vender, mesmo que sejam itens de menor importância tal como roupas que você não usa mais, livros antigos, artigos esquecidos na garagem, etc. Tudo isso pode ser vendido em vendas de garagem, online, etc., e podem ajudar a pagar dívidas menores. As dívidas maiores, no entanto, podem exigir que você venda itens maiores, como carros, casas (considere morar em uma casa menor) e outros tipos de investimentos.

Ao tomar uma decisão quanto à venda de bens mais significativos, você precisa considerar as necessidades próprias do seu estilo de vida e, em seguida, revisar se há algum dinheiro em excesso na poupança. Nao faz sentido manter uma grande quantia na poupança, rendendo menos do que os altos juros que você pode estar pagando para quitar suas dívidas. Por fim, procure reduzir suas despesas de subsistência e cancelar todas as subscrições possíveis (TV a cabo, revistas/jornais, etc.).

  1. Pare de fazer mais dívidas

Não importa o quanto você se sinta tentado a adquirir “aquela pechincha”, resista ao impulso de usar o seu cartão de crédito. Pode ser uma decisão difícil de tomar, mas se você é uma pessoa que não consegue gerenciar seus gastos e agir dentro de um plano de pagamentos acessível, esse é o único curso de ação sensato.

Outra boa prática é começar pagando a menor dívida primeiro. Uma vez livre dessa pequena dívida, adicione o valor que você estava pagando à próxima dívida. Isso aumentará o valor dos seus pagamentos mensais, economizando juros a longo prazo.

  1. Faça uma cirurgia plástica

Se você é constantemente tentado a fazer compras em seu cartão de crédito sem qualquer senso de controle, o melhor conselho que podemos dar é que você pegue uma tesoura e corte o seu cartão em tiras. O efeito psicológico disso será o de dar início ao processo de acabar com a dívida agora, em vez de acumular mais dívidas.

  1. Não sofra em silêncio

A pior coisa que você pode fazer se estiver em sérias dificuldades financeiras é ficar calado. Não tenha vergonha de procurar conselhos e ajuda. Existem inúmeras organizações nas quais você pode buscar assistência no Reino Unido: Step Change (https://www.stepchange.org), Citizens Advice (https://www.citizensadvice.org.uk/) e Christians Against Poverty ( https://capmoney.org/). Cada país deve ter suas próprias organizações que você pode procurar para aconselhamento gratuito. Lembre-se: um problema compartilhado é um problema dividido pela metade. Um amigo de confiança também pode representar um ponto de partida de grande valor. O mais importante é que você procure ajuda e se liberte da escravidão das dívidas.

  1. Preste contas a alguém

De vez em quando, todos nós precisamos de alguém que possa nos apoiar e nos animar sendo um parceiro leal. Um parceiro leal é alguém que apóia a outra pessoa no sentido de manter um compromisso ou de assegurar o progresso rumo a uma meta desejada. O simples fato de você se reportar a alguém garante que você mantenha o compromisso que assumiu para se livrar das dívidas.

  1. Recompense a si mesmo

Quando você começa a pagar suas dívidas a fim de ficar livre delas, é muito importante criar um sistema de recompensa que lhe dê algo positivo pelo qual deva trabalhar. Isso irá motivá-lo a continuar avançando em direção ao seu objetivo final. Pratique o princípio de recompensar a si mesmo quando saldar cada dívida. Por exemplo, saia para almoçar quando sua primeira dívida for paga. Para a segunda dívida, talvez um jantar super especial. Quando a terceira dívida for paga, você poderá se recompensar comprando algo para a casa ou uma roupa nova. A quarta e última dívida pode ser recompensada com uma viagem de fim de semana. Não permita que o seu sistema de recompensas resulte em outras dívidas. Antes, procure maneiras de se motivar a manter sua estrutura de pagamentos sistemáticos recém-estabelecida.

Esta declaração de T. DeWitt Talmage sobre a gravidade das dívidas fornece uma motivação adicional para uma jornada sem dívidas: “A dívida arruína tantos lares e destrói tanta gente boa quanto o álcool; é a hipoteca que o diabo cobra sobre a alma, e ele é um credor sempre pronto para executar a dívida. Pague todas as suas contas. Olhe nos olhos das pessoas consciente de que você não deve ao mundo mais do que ele deve a você. Não contraia dívidas por nada a não ser o amor e, mesmo assim, certifique-se de pagar em atos de bondade, e que esses pagamentos sejam bastante frequentes”.


John e Delivon Francis

John Francis é diretor dos Ministérios da Família e Mordomia da Associação do Norte da Inglaterra. Ele trabalha junto da sua esposa, Delivon, e ambos são educadores certificados de vida familiar.