CINCO RAZÕES PARA O EMPREENDEDORISMO MISSIONÁRIO

Uma maneira mais eficiente de promover a obra de Deus

Uma pergunta pessoal para você

Quantas horas você investiu em compartilhar o evangelho no mês passado? Você saiu com o seu pastor no sábado à tarde para distribuir folhetos? Durante a sua última viagem de avião ou de ônibus, você conseguiu compartilhar sua fé com a pessoa sentada ao seu lado?

Alguém me disse certa vez: “A principal desvantagem de Deus é que o diabo tem trabalhadores de tempo integral, enquanto Deus tem voluntários de tempo livre”. Pense nisso. Noventa e nove por cento de nós não estamos trabalhando em tempo integral para Deus. Temos empregos “seculares”. E não podemos ser criticados por isso. Temos responsabilidades nobres tais como pagar contas e mandar nossos filhos para a escola. Assim, acabamos amontoando todas as atividades relativas ao trabalho missionário em um espaço muito apertado que chamamos de “tempo livre”, isto é, o tempo que sobra depois do trabalho, da família, dos amigos e dos hobbies. Mas se estamos pensando que terminaremos a obra em nosso tempo livre, é melhor pensar novamente.

Existe uma maneira melhor?

Existe um jeito mais eficaz de promover a obra de Deus, uma maneira pela qual é possível combinar nossa paixão missionária com nossas atividades profissionais – e ela não está baseada no dízimo, mas na renda. Essa maneira nos permite trabalhar 40 horas por semana e, ao mesmo tempo, alcançar as pessoas sem deixarmos de fazer nosso trabalho, e ainda gerar dinheiro suficiente para pagar nossas contas. Chamamos isso de empreendedorismo missionário. Empreendedorismo missionário significa combinar os seus talentos com a sua vocação para levar o evangelho para as pessoas e torná-la financeiramente sustentável (assim como Paulo, o fabricante de tendas). Permita-me apresentar cinco razões poderosas pelas quais você deve levar em conta o empreendedorismo missionário.

1. Ele envolve todos os talentos. Todo trabalho que fazemos é um trabalho sagrado. Todos nós temos maravilhosos talentos que Deus quer que usemos. Os pastores não são os únicos com um chamado espiritual, embora a teologia da Idade Média nos tenha feito acreditar nisso por mais de mil anos. Martinho Lutero enfatizou que a Bíblia promove o sacerdócio de todos os crentes, não apenas do clero. Arquitetos, contadores, pedreiros, professores, cozinheiros, engenheiros – todos somos sacerdotes e temos o privilégio de servir a Deus e aos outros com nossos talentos!

2. Ele está em nosso DNA. Se você estudar a história adventista, perceberá que nosso movimento sempre teve um espírito missionário e empreendedor muito forte. Guilherme Miller tinha um negócio agrícola. Josué Himes tinha uma empresa de publicidade e se tornou o gênio do marketing por trás do começo do movimento adventista. Urias Smith inventou uma perna protética. John Kellogg revolucionou a refeição matinal do americano e inventou muitos dos equipamentos de ginástica que são utilizados ​​até hoje. Ferdinand Stahl abriu uma clínica e 46 escolas missionárias no Peru. Dr. Harry Miller estabeleceu 20 hospitais em toda a China. E a lista vai longe. O empreendedorismo missionário sempre fez parte da nossa história.

3. Ele é profético. Ellen G. White era muito apaixonada pelo empreendedorismo missionário e pela combinação fé + negócios. Ela escreveu: “Vocês acham que negócio é negócio e religião é religião, mas eu lhes digo que as duas coisas não podem estar dissociadas. [...] Vocês não devem separar o que Deus uniu, a saber, negócios e religião”.[1] Foram compilados livros inteiros sobre certos modelos de negócios, como o The Health Food Ministry (O Ministério da Alimentação Saudável, em tradução livre), que nos encoraja a abrir restaurantes vegetarianos em todas as cidades do mundo. O livro Conselhos sobre Saúde concentra-se em negócios relacionados à saúde, como hospitais, sanatórios, salas de tratamento e clínicas. Depois, há O Colportor Evangelista, que fala sobre treinar estudantes em vendas para ajuda-los a financiar seus estudos ao mesmo tempo em que estão evangelizando com os livros que vendem. Ellen G. White também escreveu sobre como devemos alcançar as cidades construindo uma rede de empreendimentos missionários do tipo “colmeia” com o envolvimento de todos os membros da igreja:

Muitos gêneros de atividades cristãs foram levados avante. [...] Isso incluía visitar os doentes e necessitados, encontrar lares para órfãos e trabalho para os desempregados; cuidar dos enfermos e ensinar a verdade de casa em casa; distribuição de literatura, e [...] aulas sobre vida saudável e sobre cuidados com os doentes. Uma escola para as crianças foi aberta no porão da capela da Laguna Street. Por um tempo, um alojamento para trabalhadores e uma missão médica foram mantidos. Na Market Street, perto da prefeitura, ficavam as salas de tratamento, as quais funcionavam como filial do Sanatório Santa Helena. No mesmo local havia uma loja de produtos naturais. Mais perto do centro da cidade, não muito longe do edifício Call, ficava [...] uma lanchonete vegetariana, aberta seis dias por semana e totalmente fechada aos sábados.[2]

Este modelo de colmeia autossustentável “com tudo incluso” idealizado para alcançar as cidades desempenha um papel profético no derramamento final do Espírito Santo e na proclamação das três mensagens angélicas.

4. O empreendedorismo missionário atende a uma demanda massiva. Uma pesquisa recente da Universidade de Phoenix mostrou que 63% dos jovens com menos de 30 anos têm o desejo de iniciar seus próprios negócios. Muitos outros aceitariam um corte salarial se pudessem encontrar um emprego que mesclasse a paixão deles com a profissão. O empreendedorismo missionário terá um grande futuro se o abraçarmos e fornecermos uma estrutura que permita aos nossos jovens combinar sua paixão missionária com a profissão.

5. Ele permite escalonamento. Existem milhares de ministérios e empresas adventistas, mas eles mal sobrevivem. A falta de conhecimento adequado sobre desenvolvimento de negócios os impede de se expandir. Mas a mensagem de Deus para nós é muito clara. Quando Ellen G. White escreveu sobre o bem-sucedido modelo de colmeia de São Francisco em 1900, ela deixou clara a necessidade de expansão, por meio da abertura de novos restaurantes, mercearias e salas de tratamento.[3] Um ano depois, ela disse que não poderíamos ficar satisfeitos com apenas um único restaurante no Brooklyn! Muitos mais deveriam ser abertos.[4] Muito antes da existência do conceito de franquia, 40 anos antes de a maior rede de fast-food abrir suas portas pela primeira vez, essa mulher visionária nos incentivou a usar esse tipo de estrutura de negócios para alcançar o mundo! Como pudemos negligenciar esse importante método? Como foi que aquela empresa de fast-food conseguiu abrir aproximadamente 36.889 restaurantes, enquanto ainda lutamos com algumas poucas centenas? Isso não deveria ser assim. Deus nos chamou para ser a cabeça, não a cauda. Ele deu a você todas as ferramentas e os talentos de que precisamos para terminar Sua obra. Cabe a nós utilizar o empreendedorismo missionário para fazê-la crescer e completá-la!

Isso não é apenas conversa. Estamos fazendo algo sobre isso. Eu gostaria de compartilhar com você dois grandes recursos. Se você quiser saber mais sobre como a mordomia holística e o empreendedorismo missionário andam de mãos dadas, ouça o recente episódio de podcast do pastor Marcos Bomfin chamado “Aprendendo a Viver Perigosamente”. Além disso, você pode ter interesse em descobrir poderosos vídeos e planilhas que o ajudarão em sua jornada para se tornar um empreendedor missionário. A comunidade adventista de empreendedores missionários e aspirantes Hyve convida você a se juntar a este movimento em hyveinternational.org.

  • Jesse Zwiker (Bio + Foto de Johnetta)


[1] Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 19 (Silver Spring, MD: Ellen G. White Estate, 1990), p. 17.

[2] Ellen G. White, “Note of Travel—No. 3: The Judgement of God on Our Cities”, The Review and Herald, 5 Julho 1906, p. 7–9.

[3] Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, ....), v. 7, p. 110.

[4] Ibid., p. 55.

Jesse Zwiker

Jesse Zwiker nasceu na Suíça e iniciou sua carreira como missionário em Honduras aos 19 anos. Co-fundador do VIDA International, ele não tardou a reconheceu o poder do empreendedorismo no contexto do ministério. Jesse fundou vários empreendimentos, inclusive no setor e empresas sem fins lucrativos, incluindo a Crosslingo. Ele é o presidente da Hyve, uma comunidade adventista global de empreendedores missionários, onde compartilha sua paixão pela combinação de fé e empreendedorismo. Ele mora em Chattanooga, EUA, com a esposa e dois filhos.