A igreja é tanto local como global. Nada poderia ser mais local do que a igreja que se reunia na casa de Priscila e Áquila (Rm 16:3, 5) ou na casa de Ninfa (Cl 4:15). Ao mesmo tempo, o apóstolo Paulo faz referência à igreja da Macedônia, uma vasta região no norte da Grécia, como uma instituição (2Co 8:5), embora consistisse de várias igrejas (At 16-17). Ambas as dimensões, local e global, da igreja são parte do desígnio de Deus para o Seu povo.

Atualmente, muitas igrejas locais estão fechadas por causa da pandemia. A capacidade das igrejas locais de continuar a ensinar, pregar, evangelizar e nutrir os seus membros na ausência das rotinas convencionais da vida da igreja tem sido posta à prova. Seria possível que uma igreja regional ou global viesse a substituir a igreja local, atendendo de maneira eficaz aos seus membros? A tecnologia disponível nos permite alcançar qualquer pessoa em qualquer lugar e a um custo mínimo! Não seria isso uma boa gestão de recursos? Além do mais, essa configuração atual se alinha bem com a nossa inclinação ao individualismo e com a aversão à responsabilidade e ao compromisso. Qual é o propósito de Deus para a igreja local em nossa geração?

Curiosamente, a Bíblia fala sobre a função insubstituível da igreja local e de sua contínua relevância. O evangelista Lucas declara que aqueles que foram salvos foram acrescentados à igreja, destacando a união existente nessa primeira comunidade de crentes (At 2:42-47). O apóstolo Paulo descreve a função da igreja como um espaço para encorajamento e apoio mútuos, para o amor e as boas obras, elementos essenciais para o tempo do fim (Hb 10:24, 25; Gl 6:2). A igreja global ou regional certamente pode ajudar a atender a essas necessidades, mas é a igreja local que continua sendo a plataforma por excelência para que tais necessidade sejam supridas satisfatoriamente.

Nesta edição do Mordomo Dinâmico, reconhecemos a importância permanente da igreja local bem como da necessidade de instruir os membros sobre a mordomia cristã ali mesmo na igreja local. Vários dos artigos discorrem sobre como os instrutores de mordomia devem preparar o povo de Deus para o serviço, a fim de que o corpo de Cristo seja edificado (Ef 4:12). O artigo principal é uma reprodução do capítulo “Educação pelos pastores e oficiais da igreja” do livro Conselhos sobre Mordomia. O artigo refresca a nossa mente quanto à responsabilidade de desenvolver mordomos fiéis dentro do ambiente da igreja local. Outro artigo, escrito por um grupo de instrutores de mordomia, esclarece o papel do diretor de mordomia da igreja local. Julian Archer sugere um esboço de um sermão sobre mordomia que pode ser útil para a próxima vez que você precisar pregar para uma congregação. Para inspiração e confirmação da nossa fé, a história de Valère Marouvin, que tem servido em sua igreja como diretor de mordomia desde 1976, é um texto recomendado.

Ao Jesus seguir Sua obra de edificação da igreja, juntemo-nos a Ele como Seus colaboradores.

Aniel Barbe, Editor