Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente" (João 10:10, NVI). Essa promessa de Jesus abrange todas as dimensões da existência, e ela pode começar agora.  Para isso se tornar uma realidade, é preciso superar a "Síndrome do Bolso Vazio": o sentimento paralisador de inadequação e insuficiência ao enfrentar desafios e responsabilidades.

Um exemplo da síndrome do bolso vazio é Gideão, o poderoso guerreiro escondido (Juízes 6:11, 12). Quando o anjo visitante o chamou de "guerreiro poderoso", ele quase não acreditou. Mas o visitante não estava errado em análise. Ele sabia a capacidade e o potencial de Gideão, embora intocada e latente. Ele admirava o jovem homem por quem ele poderia se tornar.

Então, como você supera a síndrome do bolso vazio e vive abundantemente como um parceiro fiel na missão de Deus?

Causas do Vazio

Há várias causas para a síndrome do bolso vazio. A repetição de experiências opressivas e traumáticas é uma das maiores. Nós lemos em Juízes 6:2: "Os midianitas dominaramIsrael; por isso os israelitas fizeram para si esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas". Israel estava sob o ataque de um inimigo poderoso por um período de sete anos consecutivos. Eles acabaram pensando que não podiam fazer nada para mudar a situação. As pessoas correram para as montanhas e Gideão se escondeu no lagar. Ele escolheu tolerar a submissão sem perceber que ele tinha o poder para transformar a realidade.

Outro fator paralisante é o jogo da comparação. Ao enfrentar desafios na vida, as pessoas começam a comparar a sua própria força à força dos outros. Gideão é um exemplo típico: "'Ah, Senhor', respondeu Gideão, 'como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família'" (Juízes 6:15). O jogo da comparação geralmente é baseado em duas suposições: (1) Eu não tenho o que osoutros têm, logo eu não tenho. (2) Eu não tenho a mesma quantidade que os outros, logo eu não tenho. Somos nós jogadores frequentes do jogo da comparação?

O medo gerado por falhas passadas e várias experiências erradas alimentam a síndrome do bolso vazio. Nós somos aterrorizados pela imagem no espelho retrovisor e concluímos que o futuro só pode ser uma réplica do passado. As performancesdo passado e do presente nem sempre são os melhores indicadores do que alguém pode alcançar.

Revertendo a Síndrome do Bolso Vazio

Como nós passamos poruma mudança de pensamento? Durante o seu encontro com Gideão, o anjo tentou convencer o fazendeiro que estava se escondendo de que ele haviarecebido o poder. "O Senhor se voltou para ele e disse: 'Com a força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu quem o está enviando'" (Juízes 6:14).

Muitos que se sentem inadequados para participarem da missão de Deus por causa de uma aparente falta de recursos, podem passar por um exercício de reprogramação ao se lembrarem das opções derecursos de Deus: (1) Não mendigar pão (Sl 37:25). (2) Necessidades supridas (Fp 4:19). (3) Capacidade de produzir riqueza (Dt 8:18). Cada uma dessas opções é uma clara afirmação de que nossos bolsos não estão vazios.

É essencial desconstruir as duas suposições falsas mencionadas antes que alimentam o jogo da comparação. As nossas diferenças dos outros não nos desqualificam para o serviço. Primeiro, a Bíblia reconhece e confirma uma diversidade de dons (1 Co 12:8-10) de várias naturezas (Ex 31:1-5). Segundo, uma variação na quantidade de recursos recebidos não é equivalente à ausência de recursos; pouco não é a mesma coisa que nada. A viúva que declarou que não tinha nada em casa e depoisreconheceu que tinha um pouco de óleo aprendeu que mesmo um pouco pode fazer uma grande diferença (2 Reis 4:1-7).

O sentimento de impotência muitas vezes é o resultado de buscar na direção errada. Nós olhamos para a nossa bolsa e a nossa conta bancária, vemos recursos limitados e concluímos que estamos vazios. Essas palavras de Jesus contradizem a nossa conclusão: "'E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens'" (Mt 25:14). A busca por dinheiro, por uma moeda forte, muitas vezes leva à frustração e nos cega para a realidade dos materiais puros de Deus, que Ele já nos deu. Tempo, energia e talentos são alguns desses recursos intangíveis. Quando eles são usados regularmente e consistentemente, eles produzem riqueza (Pv 10:4).

Vida abundante e parceria com Deus são ideais alcançáveis. Os nossos bolsos não estão vazios. Alguém colocou algo valioso neles. 

 

Aniel Barbe

O pastor Aniel Barbe é um diretor associado do Ministério de Mordomia e editor da Mordomo Dinâmico na Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland.