SANÇÕES FINANCEIRAS NUMA GUERRA ESPIRITUAL
Muitos não estão informados acerca da questão de fazer o testamento quando se acham ainda, aparentemente, com saúde. Essa precaução deveria, entretanto, ser tomada por nossos irmãos. [...] Devem arranjar sua propriedade de tal maneira que a possam deixar a qualquer tempo”.¹
Guerra financeira
Ultimamente, sempre que lemos, vemos e ouvimos o noticiário (desde o início de 2022), uma das palavras que mais escutamos é “sanções”.
Uma das incumbências de ser um fiel mordomo (ou gestor) de Deus é proteger as posses que Deus confiou aos seus cuidados. Esta responsabilidade é sempre uma preocupação para os discípulos de Jesus. Eles sabem que Satanás fará o possível para que os bens do cristão sejam desviados da missão de Deus na Terra para os esforços de Satanás que visam destruir aqueles que escolheram seguir a Jesus. Satanás fará tudo o que puder para prejudicar a causa de Deus.
Em visão, Ellen White viu e ouviu Satanás instruindo suas hostes de anjos maus: “Devemos fazer o máximo para evitar que os que trabalham na causa de Deus obtenham meios para usar contra nós. Conservai o dinheiro em nossas próprias fileiras. Quanto mais dinheiro obtiverem, tanto mais prejudicarão nosso reino tirando de nós os nossos súditos”.2 Observe que isso era Satanás falando com seus anjos maus. Jesus ordenou que todos os cristãos fossem transformar esses súditos escravizados por Satanás discípulos do Mestre.
Assim como os chefes de estado seculares, Satanás reconhece que, durante uma guerra convencional, uma guerra financeira também ocorre nos bastidores. Em uma guerra física, um agressor ataca outro país. Sanções econômicas são penalidades comerciais e financeiras destinadas a dissuadir o agressor de continuar a guerra. As sanções são uma forma de punir o agressor por atacar sem provocação.
Faça planos enquanto ainda é jovem
Satanás é o agressor no grande conflito entre Jesus Cristo e Satanás. Ele ataca Cristo e Seus seguidores. Todo discípulo de Cristo foi envolvido neste conflito desde que nasceu. O que o cristão pode fazer para aplicar sanções a Satanás, o agressor? Todas as pessoas maiores de idade podem fazer planos para garantir que os bens da família continuem a trabalhar para Cristo. Criar um plano é a melhor forma de manter os recursos financeiros longe do agressor, Satanás. Planejar enquanto você ainda é jovem vai lhe ajudar a cumprir suas responsabilidades de mordomia durante toda a sua vida na Terra. Seu plano permitirá que você passe seus recursos para seus filhos e forneça um legado bem como um exemplo de mordomia cristã para eles. Pais que fazem planos para suprir as necessidades de sua família e sancionar Satanás são o melhor exemplo para seus filhos.
Como planejar?
Cada país do mundo tem um plano para proteger seu território e bem-estar econômico. Existem dois tipos gerais de economias: a economia agrária, ou baseada em commodities, na qual o comércio é de mercadorias em vez de dinheiro; e a economia financeira, ou baseada em moeda, na qual o dinheiro é usado para comprar bens e serviços. Há dois exemplos bíblicos de planejamento, um para cada um desses tipos de economia.
O planejamento patrimonial de Abraão
“Continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer [...] E eis que a palavra do SENHOR veio a ele, dizendo: — Esse não será o seu herdeiro. Pelo contrário, aquele que será gerado por você, esse será o seu herdeiro” (Gn 15:2-4).
No Antigo Testamento, Abraão conversa com Deus sobre o plano dele, Abraão, para as posses que Deus lhe havia confiado (Gn 15:2-4). Era plano de Abraão dar a Eliezer, seu servo, todos os seus bens. Abraão vivia em uma economia baseada em commodities e tinha um plano para o destino de suas posses depois que morresse. Deus não aceitou o plano de Abraão, baseado no costume da época. Em vez disso, informou a Abraão que um filho nasceria de sua esposa, Sara, e este filho herdaria os bens de Abraão.
Paulo usa a metáfora do planejamento patrimonial
“Porque, onde há um testamento, é necessário constatar a morte de quem o fez. Sim, porque um testamento só é confirmado depois da morte de quem o fez, pois de maneira nenhuma um testamento tem força de lei enquanto ainda vive quem o fez” (Hb 9:16, 17).
No Novo Testamento, Paulo usa a metáfora do testamento para descrever a nova aliança. A descrição de como funciona um testamento é idêntica à forma como um testamento é administrado hoje em uma economia baseada em dinheiro. Do início ao fim das Escrituras, cada pessoa teve a oportunidade de planejar de maneira a proteger as posses de Deus.
Costumes, cultura e tradições
Cada pessoa viva pode fazer hoje planos para proteger os bens que Deus confiou a ela. Os adventistas do sétimo dia fizeram muitas reformas que vão contra os costumes, cultura, tradições e práticas da maioria dos membros de suas sociedades, onde quer que vivam. Como resultado dessas escolhas, os adventistas fizeram reformas significativas em suas crenças, vidas e ações.
As seguintes crenças adventistas não são adotadas pela maioria dos 7,9 bilhões de habitantes do mundo, posto que ser cristão está fora de sintonia com a maioria da sociedade (2,38 bilhões de cristãos), sendo que os protestantes são uma minoria em muitas áreas do mundo (1 bilhão de protestantes).
- Os adventistas acreditam que o sétimo dia, sábado, é o dia de adoração, em vez de qualquer outro dia da semana.
- Os adventistas acreditam no conflito cósmico entre o mal e o bem – Satanás e Jesus.
- Os adventistas acreditam que o pecado (não a economia ou qualquer outra coisa) é o principal problema na Terra.
- Os adventistas acreditam que os dez mandamentos ainda são válidos e devem ser observados.
- Os adventistas acreditam em um santuário celestial e que Jesus é nosso sumo sacerdote ali, agora.
- Os adventistas acreditam que um julgamento final está acontecendo no Céu.
- Os adventistas acreditam que o corpo humano é o templo de Deus. As práticas de saúde que honram a Deus são evidenciadas pela forma como cuidamos do nosso corpo.
- Os adventistas acreditam que Deus é o dono de tudo, inclusive das nossas posses.
- Os adventistas acreditam que viver com 90% da renda e devolver o dízimo (10%) é melhor do que viver com 100%.
- Os adventistas acreditam que esta Terra não é nosso lar; somos peregrinos de passagem por ela.
- Os adventistas acreditam que a alma dorme quando uma pessoa morre.
Ellen White sugere uma reforma a qual os cristãos adventistas fariam bem em considerar: “Suponde que alguém vos houvesse instituído executor de seu testamento, acaso não faríeis diligência em inteirar-vos da vontade do testador, a fim de que a menor quantia tivesse sua aplicação justa? Vosso Amigo celestial vos confiou propriedades, manifestando-vos Sua vontade quanto ao modo por que devem ser usadas. Se essa Sua vontade for devidamente acatada, aquilo que pertence a Deus terá a aplicação que lhe compete dar. A causa do Senhor tem sido vergonhosamente negligenciada, ao passo que Ele deu aos homens meios suficientes com que fazer face a todas as emergências, se apenas fossem dotados de coração grato e obediente”.3 Todo cristão deve planejar manter a propriedade do nosso Amigo celestial segura e protegida contra a apropriação indébita. Jesus é o Deus que criou tudo. Ele é o dono de tudo e confia a você posses para administrar.
Planeje como impor sanções ao diabo
Procure fazer um plano dirigido não por colegas, sociedade, costumes, cultura e tradições, mas por Deus. Abraão tentou seguir os costumes do seu tempo, mas Deus gentilmente o conduziu a um plano que abençoou todas as nações do mundo. Essa bênção veio através da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Quando Deus dirige seu plano para sua família, você impõe sanções a Satanás. ≤
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- Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 195
- Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia, p. 154.
- Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia, p. 195.