Biografia Financeira (parte 2)
De adolescente a um jovem adulto
Reconheço que, do meu lado escandinavo (52%), os negócios fazem parte do meu legado. Muitos dos povos nórdicos eram comerciantes e excelentes em comércio. Era nos negócios que meus antepassados se destacavam. O restante da minha hereditariedade vem do Reino Unido. Os britânicos também eram hábeis em finanças e comércio. Deus nos guia de muitas e de diferentes maneiras durante a jornada de nossa vida. Nesta segunda parte, e em outros artigos futuros, sempre focado na orientação de Deus quanto às finanças pessoais, explorarei como Deus conduziu minha vida.
Adolescência
Ter passado por um período de desafios financeiros no início da minha adolescência me ensinou que as circunstâncias podem mudar rapidamente. A abundância financeira não é garantida. A única certeza é que podemos confiar em Deus em todas as áreas de nossa vida. Quanto a isso, meus pais foram um modelo para meu irmão e para mim. Durante esse tempo, quando estávamos pagando o empréstimo e o dinheiro era escasso em nossa família, Deus sempre era colocado em primeiro lugar.
Tive meu primeiro emprego de verão quando eu tinha 13 anos. Fui trabalhar para um vizinho, que era empreiteiro. Por causa do calor, o trabalho era cansativo, mas agradável, já que meu melhor amigo trabalhava comigo. Aprendi a levantar cedo para ir aos locais de trabalho, voltando para casa no fim da tarde. Agora, eu estava recebendo um salário regular e assim tinha quantias maiores de dízimos e ofertas para entregar na igreja.
Nessa época, os escassos recursos familiares já eram coisa do passado, uma vez que o empréstimo bancário havia sido quitado. Com isso, aprendi que uma dívida não é algo que deva ser considerado de forma leviana. Meus pais investiram em 18 pequenos imóveis para alugar. Meu irmão e eu fazíamos o serviço de jardinagem para muitas dessas propriedades alugadas. Não éramos pagos, mas trocávamos nossos serviços por mensalidades da Escola Adventista do Sétimo Dia.
Quando eu tinha 14 anos, meus pais decidiram mudar nossa família do sul da Califórnia, EUA, para o noroeste do Arkansas, EUA. Essa mudança foi a pior coisa que poderia acontecer na minha mente de adolescente. Todos os meus amigos estavam na Califórnia, e eu não conhecia ninguém no Arkansas, exceto meu tio, tia e dois primos.
Depois de mudar para o Arkansas, comecei a trabalhar em uma fábrica de armários. Meus anos de ensino médio foram passados trabalhando durante todo o ano na fábrica de armários, posto que eu morava na comunidade e me encontrava disponível para trabalhar inclusive durante os feriados escolares e as férias de verão. Abri minha primeira conta corrente bancária e aprendi como utilizar um talão de cheques sem ultrapassar o limite da conta.
Como eu agora estava recebendo um salário regular, paguei todas as minhas mensalidades escolares e comprei roupas novas. Durante esse tempo, economizei dinheiro suficiente para adquirir uma motocicleta para ir à escola e o trabalho. O combustível e o seguro da motocicleta também eram pagos por mim. Mas Deus sempre era colocado em primeiro lugar quando eu recebia meu salário.
Durante meus anos de ensino médio, meu pai leu vários livros, incluindo The Word on Finances (O Que Diz a Palavra Sobre Finanças, em tradução livre), do autor Larry Burkett, que havia pesquisado todos os textos bíblicos sobre como lidar com dinheiro, posses e finanças pessoais. Na adolescência, lembro-me de meus pais falando sobre esses livros, mas não dava muita atenção. Eu tinha coisas mais importantes para pensar, tais como esportes e amigos.
Quando fui para a universidade, o fato de eu ter trabalhado durante os meus anos de ensino médio naquela fábrica de armários me ajudou a encontrar imediatamente um emprego na fábrica de armários perto do campus. Consegui economizar para a matrícula, as mensalidades, quarto e alimentação. A universidade oferecia um desconto em dinheiro se todo o semestre fosse pago no ato da matrícula, de maneira que ter dinheiro era um benefício. Louvo a Deus por ter podido pagar cada trimestre e, assim, receber um desconto em dinheiro. Ao receber meu salário, Deus sempre era colocado em primeiro lugar. Segundo me lembro, meus pais tiveram que pagar apenas 800 dólares (cerca de quatro mil reais) durante meu último ano de faculdade para que eu recebesse meu diploma na formatura.
Eu estudava Administração de Negócios e Contabilidade. No último ano e meio de faculdade, conheci outra estudante de Administração chamada Alma. Mais tarde, Alma viria ia se tornar minha esposa.
Jovem Adulto
Depois de formado, enviei currículos para todas as associações, uniões e editoras da Divisão Norte-Americana. Como não havia recebido retorno de nenhuma delas até a formatura, juntei-me a uma equipe da faculdade que estava indo a um lugar onde não havia adventistas para dar estudos bíblicos por dois meses. Os estudantes foram enviados em duplas, e Alma foi minha parceira de estudos bíblicos durante esses meses. No final do verão, estávamos noivos, prontos para nos casarmos.
Fui convidado a trabalhar no Adventist Book Center na Associação Iowa-Missouri (EUA) como estagiário de administração de negócios. Alguns colegas do escritório da conferência estavam preocupados, pois eu não tinha histórico de crédito, e me incentivaram a fazer um empréstimo para estabelecer crédito. Dei ouvidos a meus colegas e fiz um empréstimo de 500 dólares e comecei a fazer pagamentos mensais.
Agora que eu estava sozinho e pagando todas as minhas contas, lembrei-me das conversas dos meus pais sobre o que a Bíblia diz sobre finanças pessoais. Como trabalhava em uma livraria, podia ler qualquer livro. Li todos os livros de Larry Burkett e aprendi a importância de ter um plano de gastos, de poupar, de evitar dívidas e de doar. Minha nova compreensão quanto ao aprisionamento relacionado a ter dívidas me fez lamentar por ter dado ouvidos aos meus colegas de trabalho. Foi a última vez que fiz um empréstimo para consumo pessoal. Aprendi que não preciso construir uma história de crédito se eu pagar minhas compras com dinheiro.
Depois de trabalhar por um ano, casei-me com minha namorada do tempo da faculdade, e nos estabelecemos em Missouri. Dois meses após nos casarmos, visitamos o escritório de Doações Planejadas e Serviços de Confiança da Associação local e elaboramos o primeiro testamento do nosso espólio. Ao criar este plano patrimonial, nos comunicamos com vários membros de nossa família, pois seriam eles que cuidariam de nossos negócios e tomariam decisões em nosso nome caso ficássemos incapacitados. (Clique aqui para ter acesso a um curso gratuito sobre planejamento: Guia Cristão para Planejar seu Testamento e Confiança.)
Eu sei que algumas pessoas não confiam em seus familiares. Por isso, pode haver momentos em que você prefere não compartilhar seus planos com outros. Se você tem uma família cristã em quem confia, eles são um ótimo recurso. A seguir estão algumas orientações para orientar as conversas de planejamento patrimonial com a família.
- Inicie cedo essa discussão no seu processo de planejamento.
- Seja franco sobre suas intenções e desejos.
- Compile notas e escreva suas instruções.
- Seja empático, pois esta é um tema bastante sensível.
É possível que membros da sua família tenham algumas boas ideias para ajudar enquanto você elabora seu planejamento. Ouça-os, mas sempre coloque Deus em primeiro lugar no processo de planejamento.
Alma, minha esposa, também possui um Bacharelado em Administração de Empresas com ênfase em Contabilidade. Quando começamos nossa vida de casados, estávamos determinados a viver de acordo com as Escrituras, isto é, gastando menos do que ganhávamos e evitando dívidas. Estamos casados há 45 anos e sempre fomos fiéis a esse compromisso inicial de seguir o método divino de lidar com o dinheiro. Sempre colocamos a Deus em primeiro lugar quando somos abençoados com alguma renda.
Compramos nossa primeira casa, mas antes que a compra fosse concluída, nos mudamos para Chicago, Illinois, EUA.
(Continua)
Dennis Carlson